sábado, 14 de novembro de 2009

Desmatamento


O desmatamento da vegetação nativa em Uberlândia, no período de 2006/2007, diminuiu 20% com relação ao biênio anterior, de acordo com a conclusão da terceira edição do Mapeamento da Cobertura Vegetal de Minas Gerais, estudo encomendado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) à Universidade Federal de Lavras (Ufla). Em 2004 e 2005 foram desmatados 554 dos 411.150 hectares de área do Município. Já em 2006 e 2007 foram desmatados 443 hectares, ou seja, se fosse mantido o mesmo ritmo dos dois anos anteriores, Uberlândia teria desmatado 111 hectares a mais no ano retrasado e passado.

A principal causa desta queda na devastação, tanto em Uberlândia quanto no Estado, foi a mudança na estratégia da fiscalização. Isso ocorreu graças a esta publicação, que deu aos técnicos do IEF condições de elaborar diretrizes e nortear melhor a fiscalização de forma a atuar diretamente nas regiões mais atingidas. “Estamos identificando as áreas de prioridade de conservação da natureza e intensificando a fiscalização. O desmate no Triângulo Mineiro está sendo tratado com muito critério e esperamos que caia ainda mais”, disse o supervisor regional do IEF, Edno César da Silveira.

Apesar da redução no ritmo de devastação, os gestores de meio ambiente da cidade não têm o que comemorar, pois, segundo o estudo, Uberlândia tem apenas 65.556 hectares com cobertura nativa (árvores), o que representa 15,94% da área do município em 2006/2007, contra 16,05% no biênio anterior (65.998 hectares). O patamar aceitável de cobertura nativa, segundo o coordenador do geral do mapeamento e pró-reitor de pesquisa da Ufla, José Roberto Scolforo, é de, no mínimo, 20% da área do Município.

“O ideal é ter vegetação em, no mínimo, 20% da área do Município. Por lei, toda propriedade deve ter este percentual mínimo de reserva legal. Além disso, se têm nascente e curso d’água, devem existir também Áreas de Preservação Permanente (APPs)”, explicou.

Esta é a primeira, das três edições, que o mapeamento mostra quais são as atividades econômicas desenvolvidas nas áreas desmatadas em Minas. Assim como em todo o Estado, na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, a pecuária aparece em primeiro lugar na lista de destruição de florestas nativas devido à demanda de formação de pastagens para criação de gado.

Em seguida, vêm a derrubada de florestas nativas para o plantio de eucalipto e pinus, a agricultura e a exploração exclusiva para produção de carvão vegetal. “A região como um todo não está numa situação desastrosa se comparada com outras regiões do Estado. Mas precisa melhorar”, afirmou.
Uberlândia é o quarto Município em destruição
O Estado de Minas Gerais possui 15 bacias hidrográficas e 40 sub-bacias hidrográficas. Na bacia do rio Paranaíba, da qual Uberlândia faz parte, a cidade ficou na quarta posição entre os municípios que mais devastaram a vegetação nativa. Uberlândia fica atrás dos municípios de Ibiá, que desmatou 1.567 hectares, Coromandel, que derrubou 503 hectares de árvores, e Araguari, que devastou 446 hectares.

Apesar de a cidade aparecer na quarta posição entre os municípios que mais desmataram, ao contrário de Uberlândia que possui 15,94% da área do Município com cobertura nativa, Ibiá tem 46,62% do território da cidade com vegetação. Já Coromandel tem 29,61% e Araguari, 22,79%.

Entre os municípios que não fizeram grandes estragos no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, aparecem as cidades de Cachoeira Dourada, Carneirinho, Pedrinópolis e União de Minas, que não desmataram nada. No entanto, estes mesmos municípios possuem a menor área de vegetação. “Não desmataram nada porém os municípios estavam em débito. Em Carneirinho e Cachoeira Dourada, por exemplo, só 6,3% e 9,15% da área das respectivas cidades têm vegetação.( Fonte: Jornal correio de Uberlândia)

Um comentário: